House of Cards | 3x02 "Chapter 28" - "And if it dies there, so be it - but I want us to fucking try."
O barco Presidencial partiu em clima tempestuoso na estreia da temporada, mas não é preciso esperarmos muito mais, porque o controlo começa agora a ser tomado pelo Presidente no segundo episódio da terceira temporada.
Francis Underwood sabe muito bem onde está e como a opinião pública tem reagido ultimamente. A taxa de aceitação é uma facada na campanha para 2016 e os Republicanos prometem um mar bem agitado para o partido líder. Não tardou a acontecer o que Francis antevira, apesar de o esperar um pouco mais tarde: os seus colegas Democratas não o querem ver a concorrer para 2016. Há uma esperança de quebrar esta ideia da equipa: Terry Womack. Mas o problema é que a ideia veio do próprio.
Como se não bastasse, Jackie já demonstrou que não está muito satisfeita com a atual situação. Depois da angariação de votos que favoreceu Underwood, sente que a sua posição na equipa não é a mais merecida. Para atingir os colegas, nada pior que o jornalismo – Ayla Sayyad. O jogo de político-jornalista parece ter voltado.
Na tentativa de equilibrar um ovo, surge a ideia de seguir a maré. Se eles querem ver o Presidente fora, ele irá fora, mas sem antes lutar unhas e dentes para ver o America Works, novo projeto de empregos, a funcionar. Respeitando a tradição dos impressionantes discursos, Underwood foi buscar a sua tão honesta honestidade e foi direto quanto ao povo americano: acabaram-se as mentiras, as estratégias de marketing para as eleições, agora é focar na AmWorks e nada mais, já que não concorrerá para as próximas eleições. Sem dúvida que o ladrão que não corre passa mais despercebido.
Na outra ponta da casa Underwood, Claire fracassa no discurso frente às Nações Unidas, graças ao Republicano Mendoza que insiste em atacar as palavras de Claire que caraterizaram o Exército Americano como ‘irrelevante’, resultando na perda da nomeação. A Primeira-Dama vai abaixo, mas insiste no cargo de Embaixadora pedindo ao marido uma nomeação presidencial, algo já feito uma vez em anos de história após uma rejeição.
Os comportamentos de Claire são um bocado semelhantes a um dos períodos das temporadas anteriores. O choque de interesses continua a existir entre o casal e a Miss Underwood sente que as suas prioridades não equivalem às do marido. Consegue convencê-lo, no entanto, da nomeação presidencial para as Nações Unidas, mas só os próximos episódios podem ditar as verdadeiras intenções do Presidente. Aliás, porque certamente a sede de poder nunca deixará Underwood fora das eleições presidenciais de 2016, apesar do discurso perante todo o país.
Se há alguém que consegue ver o jogo como um todo, é realmente este homem. O país enfrenta uma falta de crença no seu mais poderoso líder, anseia pelas próximas eleições para o expulsar do trono, os Republicanos aumentam as suas probabilidades de ascender à liderança. O que há a fazer? Ser honesto. Ou pelo menos tentar parecê-lo. Outra situação é o caso que Heather Dunbar traz à Sala Oval: um jovem perde duas pernas, resultante de um ataque de um drone. O tradicional seria apontar informação como classificada, pelo que pouco se poderia adiantar sobre o caso. No final, Underwood autoriza a utilização da informação, decide que tudo deve ser explicado e, apesar de o drone ter atuado sobre a presidência de Walker, eles devem ser responsabilizados.
Desmascarar um pouco a fachada eleitoral, assumir culpas de um ato presidencial anterior, focar-se com toda a dedicação num projeto que promete emprego a todos os americanos, e afastando-se das próximas eleições – é quase um Batman que não pede nada em troca. O que há a argumentar? Cá entre nós, são só sementes plantadas de um fruto que Francis Underwood afirmou não colher. Mas quem consegue resistir ao fruto proibido?
Autor: APS Portugal
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